12/06/2025
Desde a aprovação do chamado “pacotaço” da gestão Rafael Greca/Eduardo Pimentel em 2017, a GMC tem enfrentado uma crise silenciosa, porém devastadora. A ausência de perspectivas de crescimento na carreira, associada à estagnação salarial e à intensificação das pressões no ambiente de trabalho, resultou em um alarmante número de exonerações e afastamentos por adoecimento.
FUGA DA CARREIRA
De 2017 até hoje, 74 GMs protocolaram exoneração a pedido, ou seja, pediram para sair da carreira por vontade própria. O número é ainda mais impactante quando se observa que 57 destes servidores pertencem ao último concurso realizado em 2015 — muitos com menos de 10 anos de serviço público e já completamente desmotivados com o cenário atual.
Esse movimento reflete uma dura realidade: a Guarda Municipal de Curitiba está perdendo seus profissionais mais jovens e capacitados por absoluta falta de incentivo à permanência.
ADOECIMENTO PSICOLÓGICO
Além da evasão, os números do adoecimento mental entre os servidores também são graves. Entre 2017 e junho de 2025, 343 guardas municipais foram afastados com registros de CID “F”, categoria médica que abrange transtornos mentais e comportamentais. Esse dado evidencia o sofrimento psíquico causado por um ambiente de trabalho desestruturado, marcado por assédio, ausência de valorização, desestímulo e frustração profissional.
PROJETO DO PREFEITO: MAIS DO MESMO
Infelizmente, o Projeto de Lei encaminhado pelo atual prefeito Eduardo Pimentel não aponta para avanços significativos. Pelo contrário, repete a lógica de um modelo ultraado, que não corrige as distorções na carreira, não amplia possibilidades de crescimento real, nem promove melhorias remuneratórias para os guardas que estão na base da corporação, que estão todos os dias nas ruas.
Enquanto isso, outro projeto prevê a criação de 49 cargos em comissão que irão custar para prefeitura R$ 20 milhões até 2027.
Vale lembrar que a valorização da GMC foi uma das promessas de campanha do gestor. Porém, o projeto apresentado está longe de cumprir tal compromisso. NÃO HÁ MAIS TEMPO PARA PROMESSAS
É urgente e necessário que a gestão municipal encare com seriedade a reestruturação da carreira da GMC. Sem ações concretas e efetivas, a evasão continuará, o adoecimento aumentará e a população de Curitiba será a principal prejudicada, com a perda de profissionais experientes e comprometidos com a segurança pública de proximidade.
O SIGMUC seguirá denunciando, mobilizando e lutando pela valorização real dos GMs, e não aceitará reformas cosméticas que mantêm a base da carreira no abandono.
Seguiremos em luta. Pela dignidade da nossa categoria. Pela Guarda que Curitiba merece.
Fonte: SIGMUC
UGT - União Geral dos Trabalhadores